A Luisa e a Lisa são o espectro de realidades diferentes que reflectem uma realidade completamente subliminar completamente comum que se auto-complementa de uma forma completamente difusa subconsciente profusa óptico-obtusa - uma realidade completamente auto-propulsionada, propulsa, auto-sustentável, convulsa - REPULSA.
Todas as mulheres são criaturas diferentes como todas as fotografias são seres independentes que chafurdam alegremente no intelecto de ex-toxico-dependentes.
Enquanto a Lisa apanha um avião de Bruxelas até Tóquio a Luisa fuma dois maços de tabaco. Os aviões precisam de petróleo para voar, e os cigarros que a Luisa fuma compulsivamente contêm resíduos do petróleo compulsivo que propele os aviões pelo ar. Logo, as moléculas do fumo que a Luisa expele pela boca contêm os resíduos dos pensamentos nostálgicos da Lisa.
Enquanto a Lisa faz o check-in no aeroporto em Hokkaido a Luisa bebe duas garrafas de vinho, dá uma cambalhota para trás, fractura o externo e vai às urgências fazer um raio-x com a mesma tecnologia com que os seguranças analisam a bagagem da Lisa. Mas ninguém sabe bem explicar o que está dentro da cabeça da Luisa.
Enquanto a Lisa tem um universo próprio, a Luisa contem a explicação do Universo.
Enquanto a Lisa tem os olhos em bico, a Luisa só fica com os olhos em bico quando eu depenico um penico para molhar o bico - mas ambas comem grão-de-bico.
Enquanto Luisa se escreve com cinco letras, Lisa escreve-se com quatro. Luisa tem "U", Lisa não tem, como Luisa não tem assento. Mas se Luisa não tivesse "i", só ficava Lusa. Nem Lusa, nem Lisa - Luisa.
A Luísa nunca foi a Tóquio mas a Lisa veio à Luisa, e eu vim-me na cara da Lisa.
E há tantos tantos imensos imensos montes de mais e mais muitíssimos mais assuntos importantes dignos de serem despejados de coisas que a Lisa tem e a Luísa não tem e vice-versa, que no entanto se auto-complementam de uma maneira subliminar particular vernacular e femininamente efeminada, efectivamente desesperada perante a pressão de um mundo masculino artificial sedento de unidade e de seriedade e de multidisciplinaridade, importante elegante eloquente, efervescente, remanescente, ainda há gente que mente.